domingo, 30 de outubro de 2011

O PARÁ NÃO SERÁ DIVIDIDO !

Em fevereiro de 2010 fiz um comentário com o título "Como Age um Deputado Inimigo do Pará" referindo-me a um email que recebi da assessoria do deputado Giovani Queiroz no qual dizia que o deputado estava visitando  gabinetes de outros deputados para que aprovassem o plebiscito que formalizaria a divisão territorial do Estado do Pará. Passado aquele momento, pode-se verificar que não era apenas o deputado Queiroz inimigo de Pará, mas outros deputados eleitos pelo povo paraense que se tornaram inimigos do Pará. Segundo um jornal paraense, veja a  posição dos deputados federais eleitos pelo povo paraense sobre a divisão do Estado :

Deputado                   Partido         Domicílio                                Votos          Posição sobre a divisão

André Dias     PSDB     Belém       36.795        Contra
Arnaldo Jord  PPS       Belém      201.171        Contra
Asdrubal Bentes*      PMDB     Carajás    87.681   A favor
Beto Faro  PT             Bujaru    69.504        Neutro
Claudio Puty     PT   Belém   120.881   Contra
Dudimar Paxiuba   PSDB   Itaituba (Tapajós) 25.166  A favor
Elcione Barbalho  PMDB  Belém  209.635  Contra
Giovanni Queiroz    PDT   Redenção (Carajás)  93.461  A favor
José Priante   PMDB   Belém    172.068     Neutro
Josué Bengtson    PTB   Marabá (Carajás) 112.212        Neutro
Lira Maia   DEM   Santarém (Tapajós) 119.548   A favor
Lúcio Vale    PR   Belém  142.116   Contra
Luiz Otávio    PMDB   Belém  36.828   Neutro
Miriquinho Batista   PT  Abaetetuba (Pará remanescente)126.055  Neutro
Nilson Pinto**    PSDB    Belém  140.893  Contra
Wandelkolk Gonçalves PSDB    Itupiranga (Carajás) 68.547 A favor
Wladimir Costa    PMDB   Belém   236.514  Contra
Zé Geraldo  PT   Medicilândia (Tapajós) 119.544 Contra
Zenaldo Coutinho*** PSDB     Belém  154.265     Contra
Zequinha Marinho   PSC Conceição do Araguaia (Carajás) 147.615 A favor


*Assumiu o cargo de secretário da Pesca do Pará e deu lugar a Luiz Otávio
* Assumiu o cargo de secretário da Educação do Pará e deu lugar a Dudimar Paxiuba
*** Assumiu o cargo de secretário chefe da Casa Civil do Pará e deu lugar a André Dias

Como se pode observar, cada um olhou (ou olha) pura e simplesmente  para seus interesses pessoais ou eleitorais. O Estado que se exploda. Em alguns momentos até que procuramos entender a posição desses deputados. Alguns ou quase todos alegam o distanciamento  ou  a omissão do Estado nos municipios que comporiam os novos Estados. Mas entendemos que seria muito melhor fortalecer o Pará com a união de todos os deputados e senadores para as políticas públicas reclamadas chegassem aos respectivos municipios do que a separação que, ao final, enfraquecerá os novos Estados - Carajás e Tapajos e também o Pará.

Para melhor ilustrar, vou lhes apresentar parte de  um estudo elaborado por Miguel Diniz em agosto de 2011, por sinal, muito coerente.
Vejam e analisem :

"Estudos de viabilidade socioeconômica.
O IPEA (Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada), aponta a inviabilidade para a criação dos novos Estados. Sobre o ponto de vista econômico os mesmos já nasceriam com déficit pois dependeriam de repasses do governo federal. Veja os Indicadores econômicos:
O Pará ficaria com 56% (R$ 32.527 milhões) do PIB.
Carajás com 33% (R$ 19.582 milhões) do PIB.
Tapajós com 11% (R$ 6.408 milhões) do PIB.
Segundo o IPEA serão gastos R$ 4,2 bilhões para divisão. Para manutenção dos novos estados serão gastos R$ 2,16 bilhões. O PIB do Pará em 2008 foi de R$ 58,52 bilhões, o estado gastou 16% com a
manutenção da máquina pública, nesta estimativa Tapajós gastaria 51% de seu PIB e Carajás, 23%, sendo que a média nacional é de 12,72% ou seja, seriam estados insustentáveis.
fonte: IPEA e IDESP últimos valores coletados e disponíveis do censo de 2009.

Serviços e Economia


Fonte: IDESP e UFPA.

PERFIL ECONÔMICO

ESTADOS          PARÁ   CARAJÁS      TAPAJÓS
INDÚSTRIAS        35 %       56,6%      8,1%
AGROPECUÁRIA 36,9%     65%      22 %
SERVIÇOS            67,7%   20,6%     11,7%

Com os novos estados serão criados mais 60 cargos políticos, sendo, para cada unidade, no mínimo oito deputados federais, vinte e quatro estaduais e três senadores. Cada dep. federal receberia R$ 26.273,13 sem contar as despesas com verbas de gabinete, plano de saúde, passagens aéreas, moradia, gastos administrativos, ajuda de custo, auxílio vestuário etc., somando um custo de R$ 10,5 milhões por ano, e mais R$-10,8 milhões só com os novos senadores. Outro fator preponderante são os gastos com a criação da
infraestrutura como Tribunais, sede do Ministério Público, sede dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; equipamentos para o funcionamento das diversas secretarias e demais órgãos do governo como escolas, creches, hospitais, postos de saúde; segurança; aquisição e aluguel de veículos e prédios; material de consumo e permanente; despesas com pessoal, cargos de confiança etc., para atender o funcionamento dos novos estados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS


Não podemos deixar de reconhecer que, realmente, faltam políticas públicas para a região e que a mesma sofre com sérios problemas de desigualdades, não há estradas asfaltadas, saúde é precária, falta de segurança, educação e moradia. Entretanto, a divisão não é garantia de desenvolvimento para a região, pois estado pequeno não é sinônimo de estado justo e sem miséria. Os indicadores socioeconômicos, já citados,
revelam que será inviável a criação destes novos estados, pois eles dependeriam de repasses do governo federal para sobreviver. Temos um território rico com o povo pobre, isso é fruto de um modelo de governo que enriqueceu a minoria e socializa a pobreza com a maioria.
 Dividir o estado é dividir ainda mais a pobreza. Afirmar que a criação dos estados de Tapajós e Carajás a região irá se desenvolver, sem ao menos apontar elementos consistentes e embasados em estudos técnicos prévio, em como estes hipotéticos estados iriam sobreviver nos leva a crer que seriam ideias incutidas na população local, carente de serviços básicos, para atingir interesses políticos.
 O que o Pará realmente necessita não é ser fragmentado e sim de uma gestão política que traga o povo para mais próximo do estado, gerando políticas públicas que atendam a população mais carente; um modelo de desenvolvimento que seja desenvolvido segundo as características de cada região e as necessidades de cada população, com transparência. Precisamos de modelos que não sejam gerados em Brasília e sim por nós que conhecemos as nossa necessidades. Precisamos de um Pará forte e unido para transpormos as dificuldades. "
  Após as considerações finais do Sr. Miguel, pode-se concluir que O PARÁ NÃO SERÁ DIVIDIDO.  A menos que os paraenses sejam o suficientemente desinteligentes para votarem a  favor da separação.
Então, no plebiscito todos deveremos dizer NÃO E NÃO.







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