É muito bom termos a oportunidade de poder comparar as épocas em que vivemos. Ao lembrar-me do Navio Presidente Vargas, me veio à memoria uma fase em que a Ilha de Marajó tinha força política e econômica. Época em que a pecuária marajoara era respeitada e forte no Pará. Época em que ser fazendeiro no Marajó, era mais que "status", era ser rico, era ter poder. Nas decadas de 40 a 60, era o Marajó que abastecia de carne o mercado de Belém e uma boa parte do Estado do Pará. Era o Marajó quem abastecia Belém de peixes, atraves de suas canoas geleiras.
Uma prova da força do Marajó, foi a compra pelo governo federal de uma frota de navios, onde um deles foi destinado a ligar o Continente à Ilha. Antes,(decada de 40 e parte de 50) o Marajó, mais precisamente Soure, era servida por um navio - chamado gaiola - que chegava a fazer a viagem Belém Soure, em até 10 horas.
Bom, mas a frota a que me refiro, foi contruida na Holanda, na década de 50, composta de cinco navios, a chamada "frota branca", constituida dos Navios: Augusto Monte Negro, Leopoldo Peres, Lobo d'Almada, que navegavam ligando Belém a Manaus, Presidente Vargas, ligando Belém a Soure e uma chatinha (não lembro o nome), embarcação de baixo calado que serviria para navegar em aguas rasas, ligando Manaus ao Acre.
Como se verifica, realmente o Marajó era visto pelos Poderes Constituidos do País de maneira diferente a ponto de ter um navio construido num dos maiores estaleiros do mundo, a Holanda. Poderiamos dizer que era a força do Marajó, pedindo e recebendo. Pra cá veio o Banco da Amazonia, depois, no inicio do debacle veio o Banco do Brasil
Mas o tempo passou. Os fazendeiros, os patriarcas, foram sendo substituidos pelos herdeiros, que começaram, com o advento da estrada Belém-Brasilia, a transferir para novas terras seus rebanhos, onde acharam que podiam criar o boi com mais facilidade, plantando capim que lhe poderia dar um maior ganho de peso aos animais. Com isso o Marajó foi enfraquecendo até chegar onde está.
No meu entendimento, debilitado, sem força e sem prestígio. Seus politicos dispersos, incapazes de formar um bloco coeso e firme que possa exigir o que é de direito ao Marajó.
Quando comparamos o ontem com o hoje, quando verificamos a diferença entre as épocas, concluimos que tivemos mais perdas do que ganhos. Se compararmos as embarcações atuais, todas elas que ligam a Ilha a Belém, não se comparam, nem de longe, com o que tinhamos antes.
Precisamos trabalhar e muito para sair desta situação. Vamos arregaçar as mangas e cair no trabalha para tirar a diferença.
Infelizmente mestre Lima, nossa cidade é conhecida como a terra do já teve!
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