O povo de Deus, católico, tem a procissão do Círio de Nazaré como um combustível que reacende sua fé. Em Belém, por exemplo, aqueles dois milhões de pessoas que vão às ruas para homenagear Nossa Senhora de Nazaré, naturalmente, não são todos católicos que estejam na Igreja cumprindo um dos seus mandamentos, que é o de guardar os domingos e dias santificados, assistir à missa. Entretanto, o dia do Círio, é especial que o católico, seja praticante ou não, faz nesse dia, uma renovação da fé que está como brasa quase apagando e que o Círio, de repente, acende, transformando-a em uma labareda viva.
No Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém, todos os membros da Igreja, a partir do Arcebispo, que é o grande comandante ou articulador, juntamente com os diretores do Círio, fazem desse grande préstito um momento de religiosidade. Caminhando, rezando e cantando, transmitem aos romeiros uma sensação inabalável de fé durante todo o percurso da procissão. É impossível, que qualquer cristão, inclusive, de outras religiões, não se emocione ao participar do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém do Pará.
Na verdade, a forma como tem sido organizado o Cirio de Belém. se constitui num dia de festa, de congraçamento onde as famílias se reúnem para comemorar essa data magna. Hoje o Cirio está se transformando no Natal do paraense, por sua religiosidade e por ser um agregador da família paraense.
No Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Soure, na Ilha de Marajó, realizado no último domingo, 10 de novembro, ao contrário do Círio de Belém, a Santa foi esquecida. Não pelo povo, que prestigiou o evento, mas pelos organizadores da procissão, principalmente os sacerdotes que acharam por bem transformar o Círio de Nossa Senhora de Nazaré em um evento politico, numa clara incitação do povo contra Administração Municipal, fato jamais acontecido neste Município. Imagine-se que se num evento como o Círio de Belém, seus organizadores transformassem o evento religioso num evento político, incitando aqueles dois milhões de romeiros contra as administrações Municipal e Estadual, pela mazelas que existem na Cidade e no Estado. O que poderia acontecer?
Entende-se que os pontos abordados nas homilias pelos sacerdotes, são situações que existem em todo o Estado, em todo o Brasil. É a questão da saúde, do envolvimento dos jovens com as drogas, da violência, enfim, tudo isso é um problema nacional, não é apenas de Soure. Dizer que a juventude de Soure ´não tem perspectiva de futuro, é um exagero. Não são todos os jovens de Soure que estão perdidos, diríamos ser uma minoria. Entende-se que ao invés dos representantes da Igreja, se manifestarem dessa forma, deveriam, sim, incentivar essa minoria a trilhar um caminho reto longe das drogas (inclusive da bebida que é o mal maior). Aliás, é importante frisar, que não cabe só ao Poder Público criar programa de assistência aos jovens. Cabe sim, a outras entidades, como a própria Igreja a trabalhar com os jovens, como já foi feito aqui em Soure.
Em tempos passados vários encontros de jovens e de casais foram realizados sob a orientação da Igreja. E hoje?
Nota-se que é grande a migração de fiéis da Igreja Católica para as Igrejas Evangélicas. Por que? Devem ter motivos. É hora de ser repensado o momento da Igreja Católica em Soure.
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